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terça-feira, 9 de novembro de 2010

passagem

Aceito o passo,
a calma planura;
o adormecer das folhas,
o deslizar, cambaleando,
na virtude de um Outono 
tímido;
a cacimba que não cai,
as estrofes que, suaves,
não emergem;
os troncos, pintados de musgo,
os líquenes,
levam os ramos,
os silvos quebrados
entre os ramos;
há, ainda, trilhos amenos,
mimos feitos de rendições,
tão langorosos
que este andamento aceite,
(de modo tácito),
vai colorindo a simples,
a clara mescla
dos farrapos de um Inverno
ainda sonhado, num rito*
*[de passagem]






(fonte da imagem:
http://samuel-cantigueiro.blogspot.com)

4 comentários:

  1. Um rito de passagem para o mundo secreto das palavras que ficam por dizer e onde resta tanta coisa apetecida...
    Um beijo, Jaime.

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  2. "...ainda sonhado, num rito"

    por entre palavras que se pressentem na pureza dos aromas, nesta estação que é a vida na plenitude dos seus sons e cores, passamos como uma ténue folha ondulando ao sabor do vento dos dias…

    Um abraço

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