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quinta-feira, 11 de março de 2010

A uma mulher assombrada














Subiste pela fraga do silêncio,
eram teus os pés que rastejavam,
frios, pela longitude do descuido,
entre as urzes da diáspora.


Já não conheces os teus filhos,
esquecidos noutros braços,
no espaço da tristeza,
da palavra mal ancorada.


Por que caminho,
por que atalho
singraste, doida?


Por que queres fundir-te
nas velhas tranças
do sol poente?


(Poema dito a 10/3/10 por
Renata Pereira Correia, no
programa "Momento de Poesia" na
Azeméis Fm Rádio em 89.7
ou site http://www.azfm.com/ )

(fonte da imagem:
http://escolaprof.wordpress.com/,
"Maternidade"; Almada-Negreiros)

2 comentários:

  1. Um poema magoado, com pés a ratejar pela longitude do descuido...
    Que dizer? Que fazer?
    Um beijo.

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  2. longo o meu cabelo
    nos ditames do silêncio

    apenas um caminho de cardos
    uns braços dormentes de saudade
    esvaziados de poente.

    ______

    beijo Jaime
    com o mar à nossa porta

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