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terça-feira, 24 de novembro de 2009

nortada

Pelo Norte,
as calotas,
entre frémitos de quietude,
na gulosa angústia dos sentidos,
sonhavam os hemisférios,
entreabertos num só corpo
caloso;
os caminhos estorvavam-se,
nas pederneiras ecoantes,
as vozes frígidas,
os suspiros em gotejos,
cintilavam no pensamento,
naquele Norte
esquecido das sibilas,
dos funâmbulos até,
onde o musgo
tão travesso até aí ,
cabisbaixava-se,
pedinte,
pela sua medra.
Lagos pétreos,
luas dissipando-se,
claras,
migravam o gesto,
o azul férreo,
do Grande Norte!

(imagem retirada da net)
(poema publicado simultaneamente no blogue GPS em que participo)

3 comentários:

  1. gotejos
    a norte

    gaisers
    de sentidos
    abertos
    ao cerne do olhar


    límpidas as luas
    que adormecem as pálpebras


    _____

    um beijo Jaime
    a um norte mais próximo

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  2. "luas dissipando-se,
    claras,
    migravam o gesto,
    o azul férreo,
    do Grande Norte!"
    Um belo poema a lembrar-nos os problemas que o planeta enfrenta...
    Beijos.

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