Não sei se o caminho sou eu,
ou se é ele que me produz,
se as nuvens fazem desenhos,
se é o remorso que me seduz.
[Em vão atalho pelo caminho, difuso, ignaro, que sempre me afronta; em vão busco um silêncio, uma agonia imperativa, um espaço caiado, um sepulcro perdido nas lamas imensas, tão distantes... e levemente relembro a geografia, alva, baça e luzente, daquele geógrafo que nunca serei...]
(inspirado em excertos de um poema de Valerio Magrelli publicado por moriana) (imagem retirada da net: "O geógrafo" de Vermeer)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
2 Comentários:
Descobrir os melhores caminhos é o que há de mais difícil na nossa vida.
Gostei do teu poema, muito bom.
Abraço.
Os caminhos acabam por ser concêntricos...beijos.
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