terça-feira, 7 de maio de 2024
Kquarta-feira, 3 de abril de 2024
KVelho guerreiro
Numa pequenez rara,
abissal
Num rasgo de infinita bondade
Elevas o teu sorriso bom, para
Longe do que é efémero
P’ra cá do final desejado.
Antes da fúria
E da danação:
Dos sismos e dos
Orgasmos, do
Instantâneo e do trovão.
Antes que o tempo seja
Dotado de mesquinhez,
Que se alie a ti,
velho guerreiro, nas
Sombras de velhos contos,
De sagas-memórias
Esfumadas,
Trilhos para o esquecimento,
Porque é esse o caminho
De todos os caminhos,
Não busques outro.
Aperto a tua mão,
Velho guerreiro,
E reflicto
-Nos teus olhos
Turvos,
-No teu sorriso
Aberto,
-Na sinceridade
De tuas mãos,
A beleza que ostentas,
Esse manto de arminho,
Que te cobre,
É também real linhagem
Finíssimo tule,
Aristocrática humildade...
Caminho e trilho reais,
Um beija-mão velado
que trouxeste de colónias
e possessões que,
lascivas,
se te entregaram,
na fantasia do espanto:
“Vossa Majestade!
Altíssimo Rei!”
Na Metrópole esquecido,
Velho combatente de
Tua linhagem, de teu
“Pedigree”.
Eternizas-te pela tua
dinastia fora,
Velhos quadros,
Tua face multiplicada/ex-quecida,
Senhor/raiz/centro/epicentro
Dono de um sangue que não definhou.
Etiquetas: a alma, aprumo, descendência, majestade imperial, o receio do séc. XXI
sábado, 2 de março de 2024
KDou voz de prisão aos três ou quatro
sentimentos que ofegam por mim acima,
não obedecem e, na tristeza opressiva,
no cachecol vúlvico,
no insulto que paira sobre mim,
nada sobra a não ser a fuga,
o rito,
o grito,
o mito,
o fito longe
jazendo minhas órbitas,
escalpe
e unhas inúteis,
por isso mesmo trasladadas
para a euforia
da passagem, da altercação mansa,
pelo ódio que sempre tive
por esta barca mal aparelhada,
manca, pífia, com que me sempre obrigaram
a fazer as travessias da Vida.
Nem o remo serve para a estocada final,
que me soubesse pôr a milhas da vida.
Nesta Barca de Caronte sou um condenado,
fintando escolhos, sargaços e restos de gente…
Etiquetas: alimento, Bojador/Mensagem? Gargula, Bojador/Mensagem? Busca
sábado, 3 de fevereiro de 2024
KFim de tarde
A tristeza passeia-se
pelo fim de tarde.
Domingo, sempre
[entalado]
entre suas fráguas,
as margens do medo,
apertam
estas mãos sempre vazias,
logros duma esperança,
mártir,
sacrificada no frágil altar
duma certa bonomia.
O sol foi embora,
a lua tarda,
a mágoa instila-se,
paredes de mim,
sabes?
O tempo gastou-se,
rio medíocre,
banhando as mágoas do medo,
no vazio de uma semi-esfera,
desabitada de gente,
os seus moradores
sentimentos apodrecidos,
e,
enquanto a tristeza se passeia,
ladeiam-na
as distrofias,
tristes,
cíclicas,
de braço dado
com as fráguas
que acima citei
e que amarinham
pelas paredes,
aranhas de Inverno…
[Publicado previamente na
minha página de Instagram
(www.instagram.com)]
Etiquetas: Cirilo e Metódio, cores, o poeta
segunda-feira, 8 de janeiro de 2024
Kquarta-feira, 3 de janeiro de 2024
Khistória da
Um dia, a história entre fráguas, entre pedaços de esparsas e horizontais memórias intramuros, a ti dedicadas, por onde andará teu pensamento? Sim, na ausência, no entrechoque molecular, na cisão meiótica, numa ligação pressentida, numa falta em presença, nossos braços envolvem-nos intramuros e extramuros e em todo o lugar, onde nós sentirmos a alegria de sermos um do outro. Na razão inversa dos factores numa cadência plena e magnificente.
Etiquetas: a luz, Bojador/Mensagem? Busca
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
-
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)