Entro pelos caminhos da noite,
os uivos, os gritos, as vagas
não me ofendem;
escorre-me a solidão
por entre os dedos vadios,
os tornozelos vacilam
entre as urzes
empurradas por brisas
desconhecidas, medonhas.
O meu retiro é uma caverna
tão esquecida quanto eu,
onde se engalfinham pensamentos
de outrora,
tão altivos, tão soezes.
Já não sei o regresso,
ele também não me sabe.
Estes pedaços de terra,
amanhados pelo tempo,
recrutados pela aurora,
deslizam sussurantes
desvanecendo os clarões
dóceis,
da pura antemanhã.
(imagem retirada da net)
Tento soltar ao vento cada angústia que me fere o pensamento...
ResponderEliminarUm belo poema o seu. Um poema de solidão e de nostalgia.
Gostei muito. Um abraço.
Uma antemanhã lindíssima! Beijos.
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