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domingo, 5 de abril de 2009

Carrocel

Escorregou,
desceu vida acima,

de pináculo em sombra,

esgueirando-se em caminhos de volteio.

Reviu os malmequeres,

os goivos,

aromas antigos,

efervescentes,

planos sem sobressalto.
Torceu-se,
engalfinhou-se,

mergulhou nas fronhas

de um passado sangrento,

antes do cume rompante,

acutilado,

num cristal de azul baço;

aprisionando

a dor sem esperança.

As sombras,

as luzes,

as duas irmãs,

num saco de Pandora....
(imagem retirada da net)

4 comentários:

  1. Engraçado!! Escrevi hoje no caderno que sempre me acompanha, alguns poemas onde empreguei várias palavras deste teu poema...um deles até tem como título 'malmequeres'.
    Gostei muito de te ler...beijos.

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  2. goivos, curioso, há muito tempo que não me lembrava deles! parecem borboletas :)

    Pandora? então ficou a esperança...

    bjs.

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  3. Paula,
    fico feliz por te "inspirar vocabulário" :)
    Bjs

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  4. moriana,
    a esperança não espreitará, mesmo que seja atrás do improvável? Talvez as borboletas a carreguem entre as suas asas de goivos...

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