Escrevo para me não esquecer
que devo escrever.
Raspo o suor,
escorro-o sobre as letras,
escavadas.
Ainda não encontrei a palavra,
a maldita, mal dita palavra.
Sobro-me: entre dois pontos,
uma vírgula ou um ponto final.
As mãos, a cabeça,
ferem-se duma esmola
de expressão.
O português foge-me,
escapa-se-me entre dois,
três dedos.
Remiro,
vejo e revejo.
Onde está o que desejei?
O início?
Par de bandarilhas, uma pega de caras,
eis tudo.
Uma vaga volta à arena,
sem triunfo ou ânimo, talvez.
(...)
Eis-me aqui.
Todo.
Eis-te aqui...eu também! Gostei de te ler.
ResponderEliminarCaso estejas interessado, o meu novo livro de poemas vai estar comigo a partir de domingo. Beijos.
às vezes sinto que esta não é a minha língua, de que outra forma explicar...
ResponderEliminarquero falar, dizer, arriscar... mas faltam-me as palavras...
perde-se o sentido do que quero dizer... tudo sai incompleto, "gaguejado", sem sentido,
ele pede que arrisque mas quem arrisca deitar tudo a perder?
bjs grandes ao poeta :)
Belas palavras.
ResponderEliminarSim, quem arrisca, quando as palavras, mesmo esparsas/insuficientes, são as que temos de trabalhar? É o trabalho de quem escreve, não é?
ResponderEliminarBeijos.