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quinta-feira, 24 de abril de 2008

poder

Assomo-me,
nada me vê.
Ruas de ninguém,
praças, avenidas,
alamedas, largos,
becos, ruelas,
caminhos...
Espraiam-se campos,
montes, searas,
montados
em tão oca memória.

Um esquiçado labor,
um caos decadente,
uma parede sem cor,
um punho rígido,
(a dor mente)
uma batuta esquecida.

A varanda esqueceu-me.
Cegam-se-me as auroras,
trovejam-me os poentes.

Onde terei estacado?

2 comentários:

  1. perdidos no mundo,
    as vontades da corrente são por vezes mais fortes que as nossas próprias escolhas,
    seguimos procurando o Norte,
    seguimos para onde nos leva a corrente

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  2. ...em pedaços consumida,
    esquecemos as escolhas,
    em férteis perdições,
    longínquas.
    O Norte,
    esse Norte anil,
    em Sol,
    em resvalo poente,
    adormece uma morte,
    lânguida,
    quase esfiapada,
    nas correntes brumosas.
    Os caminhos,
    esses seguem-(nos),
    algures
    para onde nos leva a corrente.


    (bem-hajas, blindness, pelo mote ;)

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