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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Quisera ser forte,
tão forte,
que a erva fresca,

as minhas mãos

em teus cabelos,

o teu rosto,

me dessem a fuga

por todas as estradas,

largas de verde,

numa fugidia lança,

de triste bronze,

que me trespassasse

em teu esquecimento.

Que dos teus lábios

só escorresse

o grito cavo da busca,

a espera sem alma,

o gemido enrolado

nos ares dos sábios lamentos.

Queria que o céu de punhais

se cravasse a meus pés,

à boca dos cedros,

em funéreo círculo,

e que a tua memória

fosse só a cinza

das minhas cinzas.


(A partir dum poema de musalia)
(Fotografia de J.N.)

1 comentário:

  1. Por onde o meu amigo, que não tem transformado pobres palavras em ricos pensamentos?

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