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sexta-feira, 5 de maio de 2006

Para quando?

Para quando os ideais?
Para quando o crer?
Para quando o sacudir
dos olhos mornos, mortiços,
embaçados?…

A poeira desce;
encerra-nos, cobre-nos,
deixamo-la escorrer por nós,
pelo alento,
que há muito nos morre
sem o sabermos.
Há a força de não acreditar,
de não fazer,
de não subir os penhascos rudes, inquisitivos…
apenas o olhar para trás,
para a pegajosa, oblíqua poeira
que, dormente,
nos esquece os ideais, o acreditar…

Portugal ainda se não cumpre…

2 comentários:

  1. Não sei o que será pior:

    O não se cumprir

    ou

    o que parece cada vez mais certo, o ficar por se cumprir.

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  2. os cientistas dizem que as pessoas que vivem no centro das catástrofes, os que estão no olho do furacão, nunca se apercebem da dimensão do fenómeno que está a acontecer à sua volta.

    os historiadores dizem que as pessoas que vivem no tempo das grandes revoluções que mudaram o mundo, nunca se apercebem da dimensão do acontecimento que estão a viver e a mover.

    é com isso que estou a contar.

    que o nosso tempo seja para os que vierem depois de nós, alguma coisa diferente que afinal deu origem a algo ... melhor.

    a história, a História! faz-se de pequenos movimentos individuais que empurram as rodas dentadas do universo. cada um faça o seu.

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