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terça-feira, 5 de julho de 2022

Luz, luar, laranja, Lisboa

 


Lisboa,

Azul/laranja,

Despenham-se flocos

Numa queda

Ageométrica, 

Sem energia cinética

Formulada. 

Não há números,

Letras:

-constantes

-variáveis

Nem as benditas letras gregas

(próximas ainda

Do semi-bárbaro cirílico,

Caríssimos Santos Cirilo

E Metódio, quão distantes estamos

De vós,

E a ousadia de criticamos o vosso alfabeto).

Sim, Lisboa dista a memória

De S. Petersburgo, de Moscovo, da Ekaterinburgo pequena e gigante nas saudades dalguns...

A distância do céu axul-ferrete

Aos telhados laranja

Estica-me o braço esquerdo

Busca em goteira

Pela solidão das chuvas/neves que,

Em tempo,

Se precipitam na abundância

Que só as babushkas abençoam.

#chuva #Moskva #precipitar #Lisboa

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