Hoje,
o Sol desceu,
numa irritante lentidão,
por uma tarde silenciosa,
baça;
entre as árvores,
ao longe,
viam-se os restos do repasto de uns lobos,
uma fome antiga já morta...
entre os caules de trigo
as cigarras quase zumbiam,
deixando-me os ouvidos ansiosos;
era um exemplo cáustico, este entardecer:
nada havia que me despertasse, nem a sesta
debaixo de um sobreiro;
o Sol desceu,
numa irritante lentidão,
por uma tarde silenciosa,
baça;
entre as árvores,
ao longe,
viam-se os restos do repasto de uns lobos,
uma fome antiga já morta...
entre os caules de trigo
as cigarras quase zumbiam,
deixando-me os ouvidos ansiosos;
era um exemplo cáustico, este entardecer:
nada havia que me despertasse, nem a sesta
debaixo de um sobreiro;
a terra estava saudosa de água,
os arbustos eram cata-ventos
de um sopro cálido, quase bestial;
Era nesta quietude
que os braços das oliveiras,
prenhas de "candeio"
se assomavam às portas do tempo,
eterna passagem de um Sul já esquecido...
os arbustos eram cata-ventos
de um sopro cálido, quase bestial;
Era nesta quietude
que os braços das oliveiras,
prenhas de "candeio"
se assomavam às portas do tempo,
eterna passagem de um Sul já esquecido...
(fonte da imagem: n/a)
Um sul esquecido com a terra sempre à espera da água. Um belíssimo poema, amigo.
ResponderEliminarSó hoje consegui postar um comentário por dificuldades do blogger.
Um abraço.
ResponderEliminarUma luz cadente que vai pousar na nudez da terra, seca e abandonada.
Belíssima imagem!
Lídia
Toda a prosa é bonita, mas termina de forma muito bonita!
ResponderEliminarA imagem é igualmente bela...
um abraço