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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

silêncio



É no silêncio da noite,
no ancoradouro dos mistérios,
que os salpicos do tempo
se depositam nas tuas mãos;
ocultos,
os tempos que te passeiam
vão desaguar na fronte 
de uma estátua, 
restos de uma identidade 
esquecida, já;
os teus passos acetinam
o chão que te envolve,
as paredes guiam a tua sombra
em nesgas de lápis-lazuli,
a luz apresenta-se 
como personagem
de uma peça por ti encenada;
chegaram os tempos 
das trevas, 
dos muros escorrendo
saliências,
das vozes de guerra,
troando,
da alegria emigrante
refugiada algures 
no vento norte...
Sobra o tempo,
e, com ele,
faz-se
e desfaz-se...

(fontes das imagens:
n/a)

2 comentários:

  1. Com o tempo as impossibilidades deixam de ter existência...ou talvez não.

    Sem certezas, deixo-me embalar no balanço das tuas palavras.

    beijinhos

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  2. O tempo está em tudo, em todo o lado...
    Um magnífico poema, gostei.
    Jaime, tem um bom resto de semana.
    Abraço.

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