Agora, já não há mais tempo
de encostar a cabeça,
de dizer ao vento: "Espera!",
já não é o tempo de tentar
e de procurar.
O aço,
o fulgor mate,
rodeiam-nos
cerrando-se.
Nem nos arbustos,
nas ervas,
há o cuidado
no amparo,
suspendem-se as bagas,
os espinhos para um dia.
A máquina prossegue,
rangendo na inclemência,
um brilho metálico brutal
que cega as mentes.
Já não há mãos dadas,
cânticos ou bandeiras,
agora é o tempo do chumbo,
do esquecimento,
das listas elaboradas,
mortas
nas manhãs sucessivas...
("Não deixeis que a Polis vos esmague.
Sede os Cidadãos que deveis ser,
estai à altura do que vos acontece.
De resto, a Democracia fluirá,
vitória do povo."
Fala de Péricles a Atenas)
(fonte da imagem:
Há sempre um tempo para as coisas acontecerem.
ResponderEliminarForte abraço!
Há tempos assim. Se há... E, porém, é preciso continuar a creditar. Sempre!
ResponderEliminarAbraço