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terça-feira, 30 de novembro de 2010

queda XIII

Do meu punho não escorrem palavras,
secou-se-me o pranto,
a vingança que se esbate na noite.
Busco o texto,
a afirmação;
apenas letras de jornais,
efémeras,
embrulham-me os gestos secos,
glaciais.
Caminho numa busca insana,
em trejeitos disformes,
sei que a minha sombra já nem me acossa.
Procuro o destilado impuro,
longe, muito longe,
de um qualquer ponto de ebulição,
a ciência das letras desvaneceu-se
num suspiro ázimo.
Não há qualquer demanda,
nem o sorriso da cínica esperança,
nem uma palmada nas costas,
amontoado de uma vaidade balofa.

Os meus passos seguem os caminhos da chuva,
de ventos que, na esperança da descoberta,
me agarrem e me deixem
no universo, no limbo
da orgástica frase...
(fonte da imagem:

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