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quarta-feira, 26 de maio de 2010

agora

Agora,
as minhas mãos mascaram-se de fumo,
penetram até às frinchas dos sonhos,
rolam por entre os últimos raios de sol,
atrevem-se pelas minhas doces memórias,
suspiram entre ais de flores bastardas.

Agora,
os meus caminhos já não te inquietam,
as minhas ilusões calam-se na noite,
os meus olhos perdem-se sonâmbulos.

Pois agora
              a rendição,
o pranto,
              a esquiva,
triangulam-se
na espera
da hora
vadia.
(fonte da imagem: http://catedral.weblog.com.pt)

2 comentários:

  1. longe
    onde as montanhas
    adormecem retalhados suspiros de sol
    deixei o fulgor doce das flores abertas à luz.

    deixei o fulgor entrincheirado
    nos ocasos inclinados da palavra.

    atenuo os fragmentos do poema.

    agora
    que as mãos se inquietam
    servas de uma agonia bastarda.


    ___

    um beijo Jaime

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  2. As mãos: exiladas no sonho, ávidas de ter, sem justificação para a fadiga ou a coragem...
    Um beijo.

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