São minhas as palavras
que me corroem,
me arrojam a mente pelo papel.
Entre dois substantivos
o verbo não se aquieta.
Esfuma-se a ideia,
o sentido.
Passa o deserto pela Língua
que, espúria, me atraiçoa
o sentir.
Em vão, junto os pulsos aos céus,
a minha cabeça tomba,
e um corropio feérico,
desnuda a Palavra,
seca, casca de nada,
bocejo finando-se
in sfumatto
(ad miseria mundi...)
(fonte da imagem:
http://www.iar.unicamp.br/)
a palavra
ResponderEliminaré substantiva saliva
e úbero verbo
que se abre como a flor à voz do dia. ou como a noite quando estende os seus tentáculos em corropio pelo sentir.
devora-nos o fruto doce
que nos encima a lingua
______
um beijo
serenamente marítimo