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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

(homenagem...)

Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim



(Natália Correia in Defesa do poeta)






Quero um lápis,

uma tecla,

não, muitas teclas!


Quero escrever-me,


e desafogar-me.


Quero esfolar-me as entranhas,


o juízo, a demência absurda


de quem só já tem a liberdade.


Quero ser a antecâmara insuportável


do nascimento,


da morte (in)esperada,


da alegria e da felicidade e do perdão,


e da fúria e do choro e do ranger de dentes.


Sim, quero chegar a minha vida aos outros,


sem que eles me conheçam


e me execrem ou aplaudam
A indiferença com que os miro,


leva à rojo minha capa de desprezo.


Quero, com o que escrevo,


viver,


mais


e mais


em mim!!

(fotografia retirada da internet)

2 comentários:

  1. o nosso olhar não reflecte a riqueza do que acumulámos em nós?

    (mesmo assim, será indiferente?)

    bjs.

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  2. Indiferente? A nossa riqueza é tão "nossa"... mas nós somos tão "variabilis" ;)

    Beijos

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