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domingo, 9 de dezembro de 2007

nós?

e eu quero,
um nó de forca,
para bem longe.
longe, afastado,
e os meus tempos
caminham furtivos,
assim a passo rápido
e distante,
onde as palavras já não se dizem,
onde nada existe;
e o húmus escorrendo pelas veias do tempo,
lembra este absurdo,
de uma vida que se torce,
não vem,
não retorna de sítio algum.
ao sabor da corrente
seguem memórias,
a alma calou-se há muito,
e há um cego
e um violino
à esquina do marulhar da solidão...

(a partir de um poema de blindness)

4 comentários:

  1. Outro gigante para ti. Seja qual for a razão por que me mandaste esse beijo, tenho o maior dos prazeres em retribuir.

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  2. Amigo
    Pego na tua última palavra:"solidão" e penso que a verdadeira solidão é não sermos capazes de dar voz à "alma". É a nossa incapacidade de renascermos e de nos reencontrarmos com nós próprios.
    Um beijinho

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  3. É verdade, Helena. Por isso é que, talvez, os portugueses de tão solitários sejam verdadeiramente tão "poetas".

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