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sábado, 14 de setembro de 2024

ar

 


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Vês tu?

É o vento que se acerca,

o sobressalto.

Traz consigo,

nos bolsos do poema,

dois, talvez três,

risos escusos.

Não vês o pardo areal

brilhando louco na gesta 

mais do que esquecida,

desprezada? 

Não vês o vento,

o espanto,

a dor ressaltada?

Não vês os olhos baços,

presos nas esquinas das águas?

Não vês?

Por favor!

Não vês?

(...)

Não.

A tua voz ressalta,

quase canta,

mas teus olhos

fecham-se à matiz dourada

do tempo de agora...

2023-01-22T19:21:17+00:00

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