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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

vertical

É nessa verticalidade, nesse chão que te foge que apontas ao alto que os ramos exigem mais. Ganhas aos prédios,


o Sol clama por ti 

dia após dia, 

até as tuas raízes são céu;

apontas sempre tão alto, 

ambicionas o véu do templo 

erecção madura essa, 

atalhas Lua, Marte, Júpiter, 

nem voltas, nesse teu ar

de delfim, Roi-Soleil, 

com um semi-sorriso

domesticas uma corte, 

um núncio apostólico, 

um inexistente primeiro-ministro... 

Que é feito de ti, cipreste? 

Que de tanto cresceres, 

foste parar à Corte de Versalhes, 

podada duas gerações mais tarde? 

(foto do autor)

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