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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Pegasus


 Eram os bastidores,

as asas fixas ao solo, vendas grisalhas, na sedução dos ares... Por que não estreitaste o focinho céus acima?

Onde deixaste o enamoramento?

O amor pelo elemento gasoso?

Pela antiga janela por onde espreitam

coisas antigas, velhas e antiquadas,

janela empoeirada longe da vacuidade

dos tempos,

das fraquezas,

da altivez de quem acha que comanda,

de quem pensa que está aos comandos

de algo,

mas de que coisa?

Ah! Esse focinho céus acima!

45o, ou mais, de ataque,

o gosto de ganhar

a Deus, o Seu espaço, o Seu domínio,

guerrilha vectorial, triplo componente.

A altitude é tua amiga,

números embriagantes,

o azul abraça-te,

o lá embaixo diminui

assim, velozmente,

violentamente,

varado num assombro

másculo, mas silente.

do lado de fora:

MIKOYAN GUREVITCH MIG-31


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 December 16th, 2022   Page 1 of 1


1 comentário:

  1. Queria ser Pégaso para a altitude ser minha amiga e o azul me abraçar. Um poema lindíssimo.
    Que tenha um Natal cheio de amor e conforto. Que o ano de 2023 lhe traga saúde e muita paz.
    Um beijo.

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