Chego ao fim.
Os meus mastros gemem
na proporção
do enfunar das velas.
A quilha escorregadia,
habitação de infinitas cracas,
e afins,
anseia pelas mãos dos homens.
Conheci tantas águas,
adormeci sob tantas estrelas
e todo o meu caminho
foi apenas o regresso
ao porto de partida.
Sei que os mares
são muito mais do que 7,
e que os oceanos
muito mais do que 5,
pois tantas vezes
as vagas eram mais altas
do que a gávea,
paredes escuras,
pétreas, rijas,
águas-vivas infinitas.
Terei visto tudo.
Já sirvo há muito:
gerações de marinheiros
aprenderam comigo
o ofício;
lutei o bom combate,
guardei a fé,
nada mais espero.

Marinheiro de teus sonhos, trazes nos olhos a imensa nostalgia de outro mar...
ResponderEliminarUm poema excelente, Jaime.
Uma boa semana.
Beijos.