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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Éden

Tinhas chegado.
O teu sorriso,
a tua pálida etiqueta,
o tom seco, distante, marcial
que parecias ter preparado no regresso
tinham surtido efeito: dei-te as minhas costas,
o meu silêncio embargado, mesmo assim, um silêncio,
cavo, pétreo como as vagas da Boca do Inferno,
em que nos revi, milhões de anos atrás num Paraíso
em que até os insectos nos traziam tranquilidade, o tempo ameno,
Deus vagueando pelas sombras… e agora, o desterro, o abocanhar a terra!!
 "Nunca deixes que o Sol se ponha sobre a tua ira.
Vai, exerce e busca o perdão e, então poderás deitar
a tua cabeça." 
Fala de Paulo de Tarso a Timóteo, discípulo e amigo
Também publicado no blogue 77 palavras de Margarida F. Santos
(Foto do autor,
obtida com telemóvel)

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