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quarta-feira, 13 de março de 2013

IN SEDE VACANTE


É neste tempo húmido,
escorregadio,
que desliza
a tua mente, o teu segredo,
na direcção do Norte.
É verdade que o trigo
agoniza na terra,
as papoilas
só em sonhos as vislumbras,
(mas ouve!)
a terra amolecida,
as oliveiras ensonadas
numa vigília estéril,
ouve os passos,
o arrastar na lama.









Olhas o entardecer:
uma luminosidade
tenta esconder
o cansaço
da chuva aleatória,
da tempestade ciclotímica.

Estás a dias da Primavera,
e o Inverno passa,
in sede vacante...

a busca fugaz
do fumo branco.

("Faz teu o caminho
da busca.
Avisa os outros das
maravilhas que encontrarão.
Sê esperado, a tua ânsia
será, assim, finita."
Fala da Esfinge a Heródoto)


(fonte da imagem não identificável)

5 comentários:

  1. Já houve fumo branco e a Primavera está a dias...
    Forte abraço!

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  2. Olá, Jaime.

    Perdoe-me. Infelizmente não sei o que dizer a respeito do seu poema. Gosto de me arriscar a interpretações e comentários depois de "conviver" mais com o autor, ler mais textos, ter mais familiaridade, compreende?

    Por enquanto, ficarei calada então. Mas lhe deixo o meu sincero abraço.

    Bom final de semana!


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  3. A primavera está aí...
    Belo poema, gostei.
    Um abraço, caro amigo.

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  4. ...e eis que avança a primavera, eis que se senta alguém no trono vazio, e entre cores claras e cinzentas, reside o fumo branco da vida...

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