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domingo, 25 de setembro de 2011

(c)activo

Se não estivesse cativo,
preso nos enleios ardentes,
talvez caminhasse, solto,
talvez estivesse longe,
os cabelos flutuando nalgum Egeu,
entre sereias, talvez;
assim, cativo, preso, enredado,
não tenho como soltar a mente,
os pulsos, até;
até me pode chegar a maresia,
mas os pináculos apresam-me,
qual fera desleixada, 
esquecida na armadilha.


Se não estivesse cativo,
preso nos enleios ardentes,
talvez brincasse com as tuas mãos,
talvez mais perto de ti,
teus cabelos procurando o Egeu,
serias sereia, talvez;
só que assim com a mente nos punhos,
com a boca em esgar de trovão,
não tenho como te soltar;
quem sabe?, poderia chegar-me o teu aroma,
mas sabes?, não tenho como chegar-te,
sou um esquecido do tempo,
esquálida figura sombria.



Como estou cativo,
preso nos enleios ardentes,
apenas ergo as minhas mãos,
já esquecida a prece, 
ou o rodeio,
e aceno-te delirante,
na certeza das tuas mãos,
que,
brincando com as minhas,
trazem a madrugada,
o riso da liberdade,
do desprezo
por aquela que me subornou os sentidos!


(fonte da imagem:
http://integrallife.com/)

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