Os ténues vestígios,
as ternas aves que te semeiam,
os rastos,
espumas de declives
que ainda reténs,
levam-te à circular demência;
mas essa - nebulosa, bem sabes - aspira-te o colo,
e as ervas, os galhos, os troncos,
já nem espalham horizontes;
sobrar-te-á, talvez,
a prisão,
uma janela à beira-mar,
drapejada de glicínias...
uma espera no riste do vento
que, só ele,
te perdoa as intempéries.
(foto do autor tirada com
telemóvel: farol em
S. Pedro de Moel, Portugal)
(texto publicado em primeiro
lugar no blogue
GPS em que participo)
"uma janela à beira-mar,
ResponderEliminardrapejada de glicínias...
uma espera no riste do vento
que, só ele, te perdoa as intempéries" Muito belo!
Entrar no poema através do vento e da névoa e saber que tudo , na natureza, é simultaneamente rebelde e dócil...
Gostei do poema, Jaime.
Um beijo.
A tua poesia está cada vez melhor.
ResponderEliminarGostei do poema, magnífico.
Abraço.