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quinta-feira, 7 de maio de 2009

A rua do quiosque










Sonhei uma álea,


quiosque de pastiches,

tinta-da-china,

linha quase dolorida.

Ao canto, numa frinja,

entre dois leões escapados do pó,

uma água-furtada espreita.

Para nada ou ninguém.

As quatro pessoas não passam;

sorriem ao nada,

ao infinitamente branco

dum enquadramento alegre,

entre gargalhadas espumosas.

Sempre sonhei assim a minha rua.

Qui-la assim,

assim ma deram.

Possuo-a

como o dedilhar,

amoroso, filigranado,

do mestre guitarrista,
na ternura envolvente do seu amor,

nos olhos que soerguem aquela álea,

a semiabrigam do sol,

lhe levam gotículas de água,
e suspiram de enlevo.
(retirado do blogue em que participo gps-poetasdomundo.blogspot.com)

3 comentários:

  1. Gostei muito de conhecer a tua rua. No quiosque, o que se toma?
    :)

    bjs.

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  2. No quiosque toma-se, sobretudo, a amizade e o prazer de estar com (parece que o cafézinho acompanha bem...)

    ;)

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