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domingo, 6 de janeiro de 2008

Novo Ano

Adornou-se
em simétrico traje,
acompanhou-se
aos outros;
esgueirou-se
em corpo de baile.
De soslaio repetido,
as horas
entravam-lhe pelos olhos
quase inquisitórios.
Saltou para o novo ano,
gémeo do outro.
Brindou
num sorriso farto,
e mirou o amanhã
em suave abandono;
mas trémula,
nada viu,
apenas um mar
lá longe,
longe,
em volume espesso;
ao meio, atravessado,
um atalho
que a separava do trigo...

(apartir de um pensamento de musalia)

2 comentários:

  1. Lindo o teu poema, meu amigo!
    Esse "atalho"... por vezes difícil de percorrer...por vezes, imperativo para continuar.
    Só ousando se chega ao destino - à VIDA.
    (p.s. tens um mimo no meu blog para ti)

    Beijinhos

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  2. Estamos no fio da navalha, muitas vezes.
    Mas os atalhos devem ser percorridos sempre do lado de cá do trigo (com breves incursões ao joio...)

    PS - obrigado pelo mimo :-)

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