Pelas minhas roupas
escorre o sentido do mar;
o sal dobra-se
em esqueleto bordado;
há algas
que tentam perfilar-se
num ir e vir de marés.
Caminho.
Pés submersos,
morna a areia que queima;
vestes levadas
num quase-vento destroçado.
O Sol foge,
foge muito pelas águas antigas.
Vou caminhando.
Semicerro-me
e nada mais lobrigo,
a não ser o enrodilhado,
o revolvido,
das ondas furtivas.
No caminho,
arrasto tristezas
que se não dissolvem,
quase turbulentas,
vão assaltando
algo em mim.
Nada me sobra,
a não ser o caminho ensurdecedor,
pastoso de tanta água,
de tantas febres que o fendem,
pária de si mesmo,
lentamente
numa fuga sem fim...
adoro como consegues traduzir em palavras os pensamentos da alma
ResponderEliminarSabes, Blindness? Os dedos soltam-se no teclado e tudo esvoaça, não há quase censura...
ResponderEliminarBem-hajas por apareceres
os teus pensamentos acompanham-me desde há algum tempo...
ResponderEliminarainda que só agora dedique algum do meu tempo a bloggar...
bjs grandes
fico feliz por seres acompanhada pelo que penso; fazes-me sentir lembrado; isso é óptimo.
ResponderEliminarAdoro o teu blogue; fiquei cliente viciado...
Jokas
Io non capisco la tua lingua, però quello che hai scritto mi è arrivato al cuore.
ResponderEliminarSul serio. Grazie
Un italiana che vive a Sevilla.
carlotta,
ResponderEliminargracias por tu mensage. Me gustaria que entendiesses la miña lingua como adoraria entendier la tuya. Su musicalidad me encanta.