Dei-te uma mão vazia de sentido,
teus passos apressados levaram-na,
sem olharem as tulipas
que iam e vinham,
numa maré de sal-cor.
Voltaram teus passos apressados,
procuraram o que havia na minha mão;
sentei-me a um canto,
nem viste a ausência da mão.
Vi afastares-te,
acompanhada pelas tulipas,
teus passos apressados levaram-na,
sem olharem as tulipas
que iam e vinham,
numa maré de sal-cor.
Voltaram teus passos apressados,
procuraram o que havia na minha mão;
sentei-me a um canto,
nem viste a ausência da mão.
Vi afastares-te,
acompanhada pelas tulipas,
fundindo-se teus passos com a maresia…
Querido quim,
ResponderEliminarVejo, sinto, no teu poema, a vida daqueles que passam na sua pressa, distraídos de nós, distraídos das dádivas que a vida lhes oferece.
Infelizmente, muitas pessoas só levam as túlipas e nem reparam nas mãos de quem lhas ofertaram.
Beijinho amigo
H.
É bem verdade, Helena. Há uma frase feita que, por vezes, esqueço:
ResponderEliminarcada dia é uma dádiva, por isso se chama presente.
E as mãos, as tulipas são de fixar e, até, sonhar um pouco, nestes tempos em que até o sonho acordado é mal visto, porque não produtivo.
Há pessoas que nos passam pela vida a quem não é suposto darmos a mão senão por um momento. É um momento daqueles que nos parecem eternos, daqueles com que nos rimos e sorrimos muito mais tarde na vida quando nos lembramos, por acaso, deles.Momentos como uma onda mais alta que nos molhou a roupa quando só queríamos molhar os pés. Como a traquinice que a mãe nos apanhou a fazer e que nos lembramos anos mais tarde para contar aos filhos.E não faz mal, porque a vida também é feita de momentos pequeninos, de gestos efémeros, de sorrisos en passant.Tudo isso só torna ainda mais interessante o momento em que encontramos alguem que nos dá a mão. Tudo isso são tulipas que vamos ter depois para oferecer a quem nos der a mão, e talvez...se tivermos muita sorte, essa pessoa trará também as suas tulipas para partilhar connosco e misturar com as nossas as suas multitonalidades...
ResponderEliminara Vida tem muito de partilha... até há quem diga que sozinhos não sobrevivemos!!
ResponderEliminarHá sempre tulipas que nos trazem À lembrança outras tulipas: um rebentar de espuma que só que ríamos que nos molhasse os pés e chegou à roupa...
Talvez a vida não seja assim tão complicada...
Bem-hajas por apareceres.
ADOREI OQUE VC ESCREVEU...
ResponderEliminarAMEI...
BEIJOS EM SEU CORAÇÃO!!!!
Gostei desta Fusão de sentires.
ResponderEliminarA vida é mesmo complicada ou somos nós mesmos que complicamos?
Como Ricardo dos Reis escreveu : Flor, sê-me flor
ou então como escreveu Namora :
Sê como a onda que morre para outra começar.
Brisas doces *